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Vilanovense FC

Plantel Feminino

Carla MartinhoCarla Custódia de Oliveira São Martinho, Martinho para as colegas, casada, 30 anos, Enfermeira no Instituto Português de Oncologia do Porto.

Defesa Central e Capitã da equipa sénior de futebol feminino do Vila FC, que se encontra em 1º lugar da Série B do Campeonato de Promoção da FPF, à 13ª Jornada.

Bom dia Carla,
- Porquê futebol? Quando se deu o clique? Conte-nos como tudo aconteceu.

- O futebol sempre foi uma paixão para mim. Desde cedo que frequentemente assistia aos jogos do SL Benfica ao vivo e vibrava com todo o espectáculo que o futebol nos proporciona e que vai muito além do que acontece dentro das 4 linhas, durante os 90 minutos.

Numas férias de Verão, o clube da minha terra, FC Pedroso, iniciou treinos de captação de futebol feminino, para os quais fui convidada a participar. Fizemos um jogo de treino com o GD Incansáveis, na altura a única equipa com futebol feminino federado em VN de Gaia.

O projecto no FC Pedroso acabou por não avançar nesse ano mas ficou o “bichinho”, que me levou a procurar o GD Incansáveis, juntamente com a minha irmã. Fizemos uns treinos de captação e acabamos por ficar, dando assim início à minha carreira futebolística federada.


Carla Martinho- Quais foram os clubes por onde jogou? Fale-nos do seu percurso como futebolista até chegar ao Vila FC.

- Para além do FC Pedroso, embora nunca tenha jogado enquanto atleta federada, e o GD Incansáveis, clube que orgulhosamente representei durante 10 épocas, o Vila FC, sendo este o 3º ano consecutivo.

- Como concilia trabalho, família, treinos, até horas muito tardias, e jogos ao domingo, que muitas das vezes se traduzem em viagens muito longas?

- É uma tarefa por vezes complicada! No IPO Porto trabalho por turnos, o que significa que organizo a minha vida a cada mês, dependendo do meu horário de trabalho. Assim que este sai, tento orientar os dias de treinos e jogos, para que possa estar livre para os mesmos.

Acontece com muita frequência trabalhar num dia durante 13h30 e em seguida ir treinar, ou trabalhar à noite após um dia de jogo, mas o futebol é demasiado importante na minha vida para que isso me desmotive. É claro que me sinto algumas vezes cansada com esta “ginástica” mas quando entro dentro de campo, depressa desaparece!

Quem joga futebol sabe que vai abdicar de algumas coisas na vida pessoal, facto de que estou consciente cada vez que assino com um clube no início da época.

Quem me conhece e ama, sabe da importância que a prática de futebol tem para mim e portanto respeita e apoia.

- O projecto do futebol feminino do Vila FC iniciou-se em 2012, ano em que também ingressou no Clube. Conte-nos, do ponto de vista de atleta, como foi iniciar um projecto de base, sabendo que o Vila FC nunca tinha tido futebol feminino.

- Este projecto foi proposto pela nossa anterior treinadora, Teresa Ribeiro, à direcção do clube e este foi aceite.

Foi uma experiência muito diferente da qual estava habituada porque no GD Incansáveis nós erámos o único escalão existente e, portanto, o clube vivia de e para o Feminino.

No Vila FC, apesar de termos sido bem recebidas, sabíamos que tínhamos todos os olhares postos em nós, pela direcção, pelos sócios e adeptos e mesmo pelos colegas do clube de outros escalões. Éramos a novidade, mulheres a jogar futebol!

Muitos nunca tinham visto uma mulher a jogar e sentíamos o seu olhar com algum cepticismo. Com o tempo fomos provando que as mulheres também sabem jogar à bola.

“Primeiro estranha-se, depois entranha-se!” E eu penso que foi isto que aconteceu.
Hoje em dia ninguém estranha a nossa presença, afinal de contas, também fazemos parte do clube.

Ouvir um simples: “Como ficaram as meninas?”, “Vocês são as maiores!”, “Quando jogam? Quero ver!” É importante para nós, sinal de que estão atentos ao nosso trabalho.

- O Campeonato de Promoção da Série B está a correr muito bem ao Vila FC, uma vez que se encontram em 1º lugar, a 5 jornadas do fim. Qual é o segredo deste sucesso?

- Sim, tem sido uma época bem conseguida até ao momento. Estamos muito orgulhosas do que construímos até agora.

Somos um grupo pequeno, que conta apenas com 17 atletas, mas coeso! O balneário é constituído por atletas de várias idades, o que o torna mais rico.

É um grupo cheio de gente boa, onde reina a boa-disposição, recheado de atletas competentes e talentosas, com a consciência de que nada se consegue sem trabalho e dedicação.

Estamos conscientes da posição que ocupamos no momento, do difícil que é mantê-la jogo após jogo. Há que trabalhar muito, para que possamos estar sempre no nosso melhor!



- Conte-nos como é trabalhar com o Mister Gerson Castro?

- É um treinador metódico, organizado, apaixonado pelo futebol, sempre em busca de conhecimentos, aberto à partilha de ideias e opiniões (e as mulheres opinam muito!). É persistente e só aceita o melhor de nós enquanto atletas.

 Trabalha com a maioria das atletas há 4 épocas e, portanto, conhece-nos muito bem!

- E o balneário? Uma das muitas tarefas de uma Capitã de Equipa é trazer união para dentro do balneário, por exemplo. Como diligencia todas essas tarefas com as colegas de equipa?

- A posição de capitã nem sempre é fácil, porque não podemos cometer erros, é suposto “darmos o exemplo” sempre, mesmo nos dias mais difíceis. É também suposto “chamar a atenção” de uma colega de equipa, sempre que necessário, sem esquecer que nós também somos uma atleta e sem ferir susceptibilidades, sem comprometer a relação com a mesma.

Quem me conhece sabe que sou uma capitã atenta e exigente. Tenho uma boa relação com as minhas colegas de equipa e com a equipa técnica, o que me dá a abertura para falar com eles sempre que acho que devo, sem receios. Sinto que sou respeitada e compreendida, a esse nível, por todos. Eles sabem que quando intervenho é para o bem da atleta ou da equipa.

Não é fácil manter sempre os mesmos níveis motivacionais, a união no seio de um grupo e eu intervenho a esses níveis sempre que acho que devo e posso.

Como já referi, o grupo é pequeno mas cheio de gente boa, o que facilita a minha tarefa enquanto capitã.



- Por fim, e no que ao futebol diz respeito, quais são os seus projectos para o futuro?

- Eu gosto de viver uma época de cada vez. Sem dúvida que ambiciono terminar em 1º lugar da nossa série, lugar onde estamos desde o início do campeonato. Até lá, apesar de faltarem apenas 5 jornadas, há um longo caminho a percorrer!

Os últimos 4 jogos serão muito difíceis e tudo pode acontecer pela curta diferença pontual entre os 4 primeiros classificados. Mas eu acredito que somos a melhor equipa da nossa série e, portanto, isso terá que se reflectir em resultados.

Sermos campeãs de série, permite-nos o acesso à fase final, ou seja, lutar pela subida à 1ª Divisão Nacional. Seria um sonho tornado realidade. Vamos esperar para ver o que o futuro nos reserva, consciente que daremos o melhor de nós para alcançar esse objectivo.

Resta-nos agradecer à Carla Martinho a disponibilidade para esta entrevista, congratular todo o grupo pelo excelente campeonato e desejar as maiores felicidades para o futuro.

Obrigado

O Vila FC



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